possibilidade de revogar a exigência de máscaras faciais em Mato Grosso, - situação que já é uma realidade no município de Nova Mutum (264 km de Cuiabá) -, está na pauta de uma reunião desta segunda-feira (7) entre o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, e o governador Mauro Mendes (UB). No entanto, o gestor sinalizou que tal decisão depende de uma análise detalhada sobre os números da pandemia de Covid-19 e pareceres de especialistas e equipes técnicas que monitoram o comportamento do vírus.
Gilberto Figueiredo ponderou que, apesar da autonomia dos prefeitos que decidem pela revogação ou não da obrigatoriedade de uso de máscaras, com base nos dados locais, na realidade de cada cidade, as orientações da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e do Ministério da Saúde são no sentido de que o equipamento de proteção individual ainda precisa ser utilizado. Até porque o status de pandemia ainda está em vigência, uma vez que o novo coronavírus continua fazendo vítimas em todo o mundo e não em apenas determinadas regiões.
“Tenho reunião hoje com o governador e a princípio, nós ainda queremos agir com prudência, não tomar uma decisão muito antecipada nesse momento. Vamos fazer uma análise do momento epidemiológico. As orientações da OPAs, do Ministério da Saúde por ora é continuar utilizando as máscaras, mas tem prefeitos tomando decisão à luz da situação regional”, comentou o secretário Gilberto Figueiredo.
Em Mato Grosso, por ora somente o prefeito de Nova Mutum ,Leandro Félix (PSL), publicou decreto municipal facultando o fim da exigência de máscaras de proteção facial. Em Sorriso (420 km de Cuiabá), o prefeito Ari Lafin (PSDB), caminha no mesmo sentido e deverá publicar decreto em breve.
Na última sexta-feira (4), o gestor anunciou que o uso do equipamento será facultativo no município e observou que a Câmara de Vereadores de Sorriso também defende a revogação da obrigatoriedade. Para o secretário estadual de Saúde, as decisões dos prefeitos são respaldadas em dados locais, mas o Estado precisa analisar a questão de uma forma mais ampla.
“Sempre que ocorre um fato dessa natureza, quando começa amenizar, com a queda no número de casos parece que todo mundo fica louco para voltar ao normal. E a gente tem que lembrar que não estamos no normal ainda, estamos em pandemia. Graças a Deus com uma redução substancial no número de casos, de óbitos, mas ainda temos que ter prudência nessa decisão”, comentou Gilberto Figueiredo.
O secretário ressaltou que, mesmo alguns estados e municípios flexibilizando o uso de máscaras, a situação pandêmica no Brasil e no mundo continua. “Não é a máscara que define o conceito pandemia ou endemia. Pandemia é porque é uma doença que está no mundo todo, não está situada apenas numa região, num país. O uso da máscara é uma medida de proteção aos cidadãos. Eu diria que mesmo sem lei o cidadão deveria, por precaução, principalmente aqueles com mais risco, que tem comorbidades, utilizar a máscara quando estiver em concentração de muitas pessoas juntas. Isso é para prevenir e proteger o cidadão e aqueles que estão ao ser redor”, ponderou Figueredo.
“Temos uma equipe nesse momento traçando um parecer sobre o assunto. Eu sempre levei em consideração muito o que a minha equipe técnica analisou à luz dos dados existentes, não gosto de antecipar nenhuma decisão porque senão não precisaria ter uma equipe técnica. Atravessamos dois anos de pandemia com muita dificuldade e tenho que reconhecer e agradecer a equipe que esteve do meu lado durante todo esse período. Não tomo nenhuma decisão individual, temos um Comitê no Estado que delibera as ações se vai aumentar ou reduzir leitos de UTI, ou seja, todos esses assuntos nós deliberamos no Comitê. Não vou antecipar uma decisão individual minha e não tenho ainda o parecer do Comitê”, disse Figueiredo.
Sobre os prefeitos mato-grossenses que começam a revogar a obrigatoriedade das máscaras, o secretário estadual de Saúde, não se opõe, pois sabe que cada gestor pode decidir sobre medidas de combate ao avanço da pandemia em suas cidades. “Eles têm autonomia para tomar decisão nos seus territórios, não vou criticar a decisão desse ou daquele. Eles têm um cenário que analisam e tomam decisões, eu sei que a máscara é desconfortável, sei que seria melhor sem máscara, também não vou dizer que sou apaixonado por ela não, mas nós precisamos tomar a decisão à luz dos dados e dos pareceres da equipe técnica, dos cientistas que estudam o caso. A pandemia não acabou ainda e vamos analisar e deixar ai, acho que provavelmente, deixar que os prefeitos tomem a decisão que acharem melhor”, esclareceu Gilberto Figuereido.
No Brasil, os estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro, bem como o Distrito Federal já flexibilizaram com novas regras que revogam a obrigatoriedade quanto ao uso de máscaras faciais, medida adotada para evitar a contaminação pelo coronavírus.