Uma policial penal, de 39 anos, registrou um boletim de ocorrência contra o diretor do Centro de Ressocialização de Sorriso (CRS), Enilson de Castro Souza, 39 anos, acusando-o de assédio sexual. O caso só veio a público nesta segunda-feira (10), porém o boletim e ocorrência, foi registrado na semana passada. Já o diretor registrou dois boletins de ocorrência, um contra a policial penal e outro contra uma mulher, todos por calúnia.
No boletim de ocorrência registrado na última sexta-feira (7), a policial penal relata que trabalha com o diretor dede 2013, quando os casos de assédio sexual tiveram início. Na época, o acusado era agente prisional, segundo o documento.
Ainda segundo o documento, o diretor do CRS assediava a vítima constantemente, pegando em suas mãos, e sempre que passava por ela lhe tocava e fazia gestos obscenos com a mão da declarante. Ela relatou ainda que o seu marido chegou a falar para que Castro parasse com os toques desnecessários, mas não adiantou.
Em 2020, a declarante pediu para trabalhar no plantão junto com seu esposo. Pouco depois, surgiu um processo que ela e o marido foram denunciados pelo diretor por associação e tráfico de drogas.
Ainda segundo a agente, ela chegou a afazer uma denúncia, mas quando veio fazer declaração, decidiu não ir para frente, pois não tinha testemunhas e ficou com medo. Então, pediu a desistência do processo.
A policial disse ter um áudio gravado por estagiárias que trabalham com Castro, onde elas relatam sofrer assédio dele. Neste áudio, uma das supostas vítimas diz que o diretor levantou sua saia.
Já no boletim registrado por Castro, também na sexta-feira (7), ele alega que recebeu prints de conversas de outra servidora, fazendo denúncias falsas contra ele. No documento, o diretor afirmou que a mulher o acusava de ser um “mostro” que “assediava” e que teria havido inclusive uma tentativa de estupro contra uma estagiária. Castro classificou as denúncias como sendo “infundadas” e solicitou providências.
No sábado (08), Castro registrou um novo boletim de ocorrência. Dessa vez contra a policial penal que o denunciou por assédio sexual.
No documento, ele alegou que teve acesso a dois áudios, onde a mulher o acusa de assédio sexual e disse não entender o motivo das acusações.
O diretor disse ainda no documento que a policial penal teria sido alvo de uma operação do Gaeco e, desde então, teria passado a sofrer esse tipo de denúncia. A Polícia Civil investiga o caso.
OUTRO LADO
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública aguarda receber o teor das denúncias para tomar as providências cabíveis.
Íntegra da nota:
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), por meio da Adjunta de Administração Penitenciária, esclarece que ainda não tem conhecimento sobre uma possível situação de assédio envolvendo dois servidores do Centro de Ressocialização de Sorriso (CRS). Esclarece ainda, que assim que tiver conhecimento das informações tomará as medidas necessárias.