Uma mulher foi alvejada por oito disparos de arma de fogo enquanto dirigia seu carro na madrugada de quarta-feira (20), em Luziânia (GO), no Entorno do Distrito Federal. Os tiros foram dados por policiais militares de Goiás após uma perseguição.
Segundo relataram em depoimento na 1ª Delegacia de Polícia do município, os quatro militares faziam uma ronda após receber denúncias de que um grupo de assaltantes armados realizava uma série de roubos na região. Os PMs disseram ter sido informados de que os suspeitos trafegavam em um carro Onix branco.
Por volta das 4h, a vítima deixou o marido em um posto de gasolina e foi embora em um carro com as mesmas características supostamente relatadas aos policiais. Pouco depois, os PMs avistaram o veículo e suspeitaram que poderia ser dos ladrões. Os militares teriam acionado as sirenes para que a motorista encostasse, mas ela não teria obedecido.
Ao contrário, a condutora teria aumentado a velocidade, retornando ao posto de combustíveis, onde foi cercada. Em seguida, ela engatou a marcha a ré. De acordo com os policiais, a manobra fez com que o veículo fosse na direção deles, por isso começaram os disparos.
Os PMs constataram que se tratava de uma mulher quando abriram a porta do carro. Ao ser perguntado a ela o motivo da fuga, a motorista disse que pensou que seria assaltada. Os militares socorreram a vítima e a levaram à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Ingá, pois o Samu informou que não poderia fazer o resgate.
O marido da vítima chegou ao centro médico em seguida. Por causa dos disparos, ela foi levada ao Hospital de Santa Maria. A vítima teve o intestino e a bexiga perfurados pelos disparos e precisou passar por duas cirurgias. Segundo o marido dela, o sangramento foi controlado, no entanto, ela ainda será submetida a uma terceira operação para localizar o projétil no corpo. Não há previsão de alta.
Os policiais se apresentaram à 1ª Delegacia de Polícia (Luziânia), que investiga o caso. O delegado Josué Brito dos Reis considerou que a ocorrência se enquadrava nos termos do "excludente de ilicitude da legítima defesa". Por isso, os militares não foram presos.
Reis determinou que as armas das quais partiram os tiros fossem apreendidas, assim como o veículo da mulher, para passar por perícia. Os PMs envolvidos também serão ouvidos. Procurada, a PMGO ainda não se manifestou sobre o caso.