A esposa do motorista Daniel Francisco Salles, de 65 anos, que caiu com seu caminhão no Portão do Inferno na quarta-feira (4), falou sobre os momentos de tensão que viveu ao saber do acidente e o alívio que sentiu por ele ter sobrevivido. “Foi Deus que salvou meu marido”, disse ela em entrevista ao programa programa SBT Comunidade.
Daniel sofreu múltiplas fraturas e está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Cuiabá.
Dona Vera Lúcia afirmou que o marido está estável, mas ainda sem previsão de alta. Depois de passar por um procedimento cirúrgico, ainda no dia do acidente, Daniel passará por novos exames para averiguar se será necessária uma nova intervenção.
“Ele falou que se lembra de tudo que o aconteceu. Que estava tentando equilibrar o caminhão, mas não conseguiu porque acabou o freio. Ele jogou [no paredão] para ver se parava, mas não conseguiu e aí caiu na barranqueira”, contou dona Vera.
Segundo ela, essa não é a primeira vez que o marido perde o freio na estrada. No entanto, quando isso aconteceu, ele conseguiu controlar o veículo.
Dona Vera disse ter visto o vídeo do acidente, registrado por uma câmera de segurança, e ter tido a certeza de que o marido morreu. “Fiquei muito triste, chorei demais”, desse ela.
Seu coração foi invadido por um sentimento de alívio quando descobriu que ele havia sobrevivido. “Foi um milagre de Deus, que salvou ele. Foi Deus que salvou meu marido”, disse emocionada.
“Foi uma surpresa para todos”
A equipe de resgate da Ciopaer (Centro Integrado de Operações Aéreas) atuou no apoio ao Corpo de Bombeiros que já fazia a estabilização de Daniel no fundo do precipício.
Segundo o capitão Alexssandro Marcondes Freitag, também ao programa SBT Comunidade, a técnica usada para o resgate do motorista foi uma das mais arriscadas e é empregada como última alternativa – a técnica maguári.
O resgate foi feito a uma altura que varia entre 50 e 60 metros e, segundo o capitão, surpreendeu a toda a equipe que a vítima saiu com vida.
“A equipe foi pega de surpresa quando recebeu a notícia da queda do caminhão. A gente já começou a se preparar para a retirada de um corpo, ninguém imaginava que com uma queda dessa altitude o motorista iria sobreviver”, afirmou um dos membros mais antigos da equipe – o cabo Ronei.
