Grupo Rodeio ingressa pedido de recuperação judicial com R$ 24,8 mi de dívidas

CRISE ECONÔMICA


O grupo Rodeio ingressou com pedido de recuperação judicial, após acumular dívidas no valor de R$ 24,8 milhões. Os débitos foram acumulados no decorrer de anos e a maioria delas por conta de empréstimos a juros altos, na busca de se reestabelecer no mercado sem paralisar as atividades.  


Atualmente, o grupo é composto pelo produtor rural Ricardo José Soares, pelo Posto Rodeio e pela Transportadora Rodeio, os quais, em conjunto, empregam 33 colaboradores fixos. Além disso, realiza a contratação de cerca de 10 colaboradores temporários, durante períodos de maior movimento e para serviços esporádicos nas empresas. 


Na petição, José Soares, que é sócio administrador das três empresas, é representado pelo advogado Antônio Frange Júnior. “A crise financeira do grupo se agravou com a pandemia, mas antes disso já vinha enfrentando uma série de dificuldades por conta da greve dos caminhoneiros em 2018, bem como a chegada de fortes concorrentes no setor de combustíveis ainda no ano de 2015”, argumenta Frange. 


HISTÓRICO – O Posto Rodeio é primeiro empreendimento do grupo que iniciou as atividades em 2006, sendo que, em meados de 2015, três grandes redes de combustíveis se tornaram fortes concorrentes. Para se manter no mercado com preço melhor e baratear o custo do produtor, o empresário decidiu em 2017 abrir a Transportadora Rodeio com frota própria.


Entretanto, mesmo com a diminuição do custo de logística e renda extra com fretes feitos a terceiros, a concorrência manteve investimento alto, conseguindo negociar em grande escala a aquisição dos produtos comercializados. “Nesse período, o posto Rodeio chegou a ter prejuízos por vários meses consecutivos e para honrar os compromissos financeiros recorreu a empréstimos com juros altíssimos”, explana o advogado. 


A situação ficou tão crítica que em 2019, o empresário vendeu duas fazendas para quitar parte das dívidas e adquiriu uma outra propriedade. No entanto, a crise no transporte de cargas no Brasil, juntamente com as altas consecutivas nos preços dos combustíveis afetou diretamente a atividade da transportadora e do posto. 


“Para piorar com a chegada da pandemia, a atividade rural também passou por uma mudança muito grande nos valores negociados, aumentando muito o custo da arroba do gado, o que, em razão da crise que já se alastrava pelo grupo, atingiu o senhor Ricardo de forma totalmente desprevenida e ele buscou mais créditos no mercado financeiro, num círculo vicioso de findar com as dívidas antigas”, finalizou Frange.



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Redação GNMT