Há mais de 70 dias presos, nove homens e duas mulheres de Mato Grosso seguem presos no Distrito Federal após os famigerados ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.
Eles integram o grupo que ainda não foi liberado mediante medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. A reportagem do Jornal Gazeta consultou um advogado que acompanha os casos para entender os motivos dessas pessoas ainda estão encarceradas.
De acordo com Akio Maluf Sasaki, há duas razões para que ainda hoje os mato-grossenses sigam presos. ‘A primeira é a denúncia no inquérito 4922 (Inquérito dos Atos de Depredação), cujas penas somadas ultrapassam 8 anos, justificando tal reprimenda’, disse.
Já o segundo motivo estaria ligado à falta de elementos e informações sobre as participações. ‘Há a ausência de denúncia do investigado em qualquer um dos inquéritos, o que não fornece subsídio para que o Ministro possa colocá-los em liberdade’, explicou Sasaki.
Conforme o defensor, muitos dos mato-grossenses foram enquadrados no processo 4921 e por conta do ‘menor potencial ofensivo’, estão em liberdade mediante uso de tornozeleira. Ele emendou que os advogados tentam atuar em duas frentes.
‘O trabalho até agora da maioria dos causídicos sérios envolvidos, foi diretamente na Polícia Federal e na Procuradoria Geral da República (PGR). Nós estamos buscando subsidiar os órgãos investigadores a fim de provar a inocência de nossos clientes e assim permitir que o Ministro coloque-os em liberdade, a pedido novamente do PGR e dos advogados, centenas de inocentes’, revelou.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a prisão de 294 investigados e o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, rejeitou os pedidos de liberdade de 86 mulheres e 208 homens que tiveram as condutas consideradas mais gravosas. A maior parte desse grupo vai responder por crimes graves, como dano qualificado, abolição violenta do Estado de Direito e golpe de Estado.
O grupo de investigados integra pessoas que depredaram as sedes dos poderes e também aquelas que foram presas nas fases da Operação Lesa Pátria, que investiga organizadores, financiadores e operadores dos atos.