Os dados pessoais de uma moradora de Sinop (a 480km de Cuiabá) foram utilizados por líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para aquisição de um telefone usado na elaboração do plano de ataque ao senador Sergio Moro (União-PR).
A informação consta na decisão da juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, que autorizou uma operação da Polícia Federal para prender suspeitas de integrarem a facção criminosa.
Conforme o documento, que teve sigilo levantado na quinta-feira (23), a linha de DDD 11 – São Paulo - foi cadastrada em nome da moradora de Sinop sem a sua autorização.
“A equipe policial ponderou que, possivelmente, a linha de telefone foi cadastrada sem seu conhecimento, pois L. reside em local distinto do prefixo da linha, possui emprego e não apresenta nenhum antecedente criminal”, consta em trecho do documento.
O número foi fornecido aos promotores do Ministério Público do Paraná por um colaborador premiado como sendo de pessoas próximas a Janeferson Aparecido Mariano Gomes, apontado como sendo o líder do grupo que planejava o crime contra o senador.
O delator foi até a Polícia contar que temia pela sua vida porque estava sendo ameaçado de morte pela facção, e Janeferson seria um das pessoas responsáveis pelo seu assassinato.
Durante as oitivas, o delator ainda contou que ficou sabendo que Janeferson estaria planejando o sequestro de Moro, e indicou quatro números de telefones de pessoas próximas ao líder da organização.
“Constou também que, durante sua oitiva, a testemunha protegida entregou aos promotores quatro números de telefones, que seriam de contatos de pessoas próximas a JANEFERSON”, consta em documento.
A investigação pediu para que a Justiça determinasse a suspensão do sigilos telefônicos, que foram concedidos, de modo que constataram o número em nome da moradora de Mato Grosso. “Há indicativos de que a linha telefônica foi cadastrada sem seu conhecimento, consta na decisão”.
Já em relação aos outros três números fornecidos pelo delator, “apresentaram relação com práticas criminosas”.